A Operação Tarja Preta, deflagrada pelo Ministério Público do Estado de Goiás, chegou em Araguari. O objetivo inicial dessa operação era desarticular uma organização criminosa que, supostamente, há mais de um ano, atuava na venda fraudada, viciada, direcionada e superfaturada de medicamentos para vários municípios goianos. 12 prefeitos de municípios goianos foram presos na operação. Além deles, tiveram a prisão temporária decretada vários empresários, secretários municipais de saúde e advogados.
Em postagem anterior, noticiamos a prisão temporária do advogado Tomaz Edilson Felice Chayb, um dos sócios do escritório Chayb e Máscimo Advogados Associados, que foi contratado para prestar serviços de consultoria justamente na área de licitações e contratos ao município de Araguari.
Na tarde de ontem, o blog Diário de Goiás divulgou as gravações telefônicas interceptadas pelo Ministério Público durante as investigações. Infelizmente, o nome de Araguari foi citado diversas vezes nas conversas captadas. Entre os nomes de agentes públicos citados nos diálogos gravados, temos os do prefeito, Raul Belém, do procurador-geral, Leonardo Borelli, do então Subprocurador do município (atual secretário de Serviços Urbanos), Marcel Mujali. Além deles, os irmãos Vivaldo e Vanderlan, ligados à empresa Interlagos Materiais de Construção, também foram mencionados. De todas as conversas interceptadas, chamam a atenção os contatos mantidos entre Marcel Mujali e o advogado Tomaz Chayb.
Inevitavelmente, as investigações terão que ser aprofundadas para abarcar atos praticados pela gestão Raul Belém. Isso porque a organização criminosa acabou criando elos com integrantes do governo municipal. A contratação do advogado Tomaz Chayb, ao que parece com grandes poderes dentro do Departamento de Licitações da Prefeitura, colocou a "bomba" no colo do prefeito e de outras autoridades.
De acordo com o portal Notícias de Araguari, a Polícia Federal já se encontra no município, onde as investigações já estão em andamento. Ainda segundo a mesma fonte, o procurador-geral do município, Leonardo Borelli, afirmou que o contrato com o advogado preso será rescindido imediatamente.
Vale lembrar que, guardadas as devidas proporções, em hipóteses semelhantes (Mensalão, Caixa de Pandora, etc.), as investigações policiais, além de processos criminais, produziram efeitos em outras áreas. Na área política, por exemplo, podem gerar processos no âmbito do Poder Legislativo (Comissão Legislativa de Inquérito). Na seara dos tribunais de contas, geram a abertura de processos e a realização de auditorias em licitações e compras realizadas pelo município. No caso vertente, esse aprofundamento da fiscalização, sobretudo na área técnica, é inevitável e, além de manchar o nome da cidade de Araguari, irá gerar "dor de cabeça" nos atuais governantes por algum tempo.
O blog Observatório de Araguari irá voltar ao assunto, analisando diversos trechos das conversas captadas.
Clique aqui e leia, na íntegra, a transcrição das gravações publicadas no Diário de Goiás.
Clique aqui e leia nosso post sobre a contratação do escritório Chayb & Máscimo Advogados Associados.
Clique aqui e leia a reportagem do Notícias de Araguari sobre o assunto.