Mais dinheiro no ralo?

Meio milhão de reais foram para o ralo em programa de informatica que não funciona



Dinheiro do povo indo pelo ralo. A Prefeitura de Araguari contratou um programa de informática com uma empresa da região, da qual é sócio o prefeito de Tupaciguara, Alexandre Berquió. O valor da contratação é de aproximadamente 2 milhões de reais. Os pagamentos são feitos mensalmente em valores superiores a 30 mil reais. Até aqui tudo bem, apesar do valor altíssimo para um sistema de software.
No entanto, o referido programa não funciona. Os próprios servidores do setor de computação da Prefeitura afirmam isso. A procuradoria do município, segundo informações vindas do interior do Palácio, já pediu o fim do contrato com a empresa. Contudo, alguns setores dentro da Administração insistem em manter o programa e o contrato, não se sabe os motivos.
Segundo levantamentos da própria prefeitura, já teriam sido pagos cerca de 500 mil reais para a referida empresa, sem que o programa funcionasse a contento.
A licitação para a referida contratação, homologada no inicio de 2010 foi cercada de mistério, visto que conforme denúncias da imprensa (Jornal Acontece edição 63) em março de 2010, onde o edital de licitação não fora encontrada no site da Prefeitura e apenas duas empresas foram habilitadas.

Transcrito do blog do Wilson Prado, cuja leitura é obrigatória por neófitos revoltados com a corrupção.

Pitaco do blog
Os contratos de tecnologia da informação são, ao lado dos contratos de obras e de publicidade, as maiores fontes de corrupção no país. Assunto extremamente técnico, permite a pratica de falcatruas somente descobertas por especialistas em TI. Tanto isso é verdade que os Tribunais de Contas vêm criando setores especializados em contratos desse tipo. Aqui, em Brasília mesmo, a maioria dos desvios no Mensalão do DEM (operação Caixa de Pandora), que culminou com o afastamento do governar José Roberto Arruda, ocorreram nessa área.
Pois bem, em Araguari, temos esse estranho contrato. Desde o início, o negócio foi questionado. O jornal Acontece fez uma reportagem sobre o assunto. Também tratamos do tema aqui em março de 2010 (clique aqui para ler).
Apesar disso, o contrato prosseguiu. A contratada Embragec, diversas vezes, figurou entre os 30 maiores recebedores do município (clique aqui e leia outro post sobre o assunto). Nenhum órgão de controle se interessou em investigar a licitação e a execução do contrato.
Agora, é difícil correr atrás. Não é fácil investigar se foi confeccionado este ou aquele programa. Se houve pagamento por serviços já realizados. Se foram efetivamente prestadas determinadas horas de serviço. E por aí vai.
De qualquer forma, vamos tentar juntar os pedaços de informação e levar o caso ao Tribunal de Contas do Estado (TCE/MG). Aliás, qualquer que tiver ciência de irregularidades  pode denunciar os fatos àquele órgão, garantido o sigilo do nome do denunciante.