Depois de aguardar até cinco anos por uma cirurgia através do Sistema Único de Saúde (SUS) acabou a espera para cerca de 230 pacientes de Araguari. Os procedimentos já começaram e serão realizados até junho. O Ministério da Saúde liberou mais de R$131 mil para as cirurgias.
Os primeiros sintomas apareceram há sete anos. O caso ficou mais grave em setembro do ano passado quando veio o diagnóstico de que a estudante Daniela Silva teria que operar a vesícula. Mas toda vez que a mãe a levava ao pronto socorro só recebia medicamentos para amenizar as dores.
Trinta pedras e a vesícula foram retiradas semana passada. Já a espera da lavadeira Maria Sônia Souza durou cinco anos. Toda vez que procurava atendimento a resposta era a mesma: tinha que ficar na fila. A espera terminou no dia 04. Ela agora se recupera da cirurgia de retirada do útero.
Ao todo, quatro pessoas já foram operadas. Outras oito devem terminar os exames preparatórios nos próximos dias. O município tem que fazer até junho 229 procedimentos.
Os quase 132 mil disponibilizados pelo governo federal vão cobrir 70 cirurgias de vesículas, 30 de períneo, 30 de hérnia, 50 retidas de útero e 49 tratamentos de varizes. A definição dos pacientes que vão ser atendidos neste mutirão vai seguir alguns critérios.
Os cadastros estão sendo atualizados. Alguns pacientes estavam na fila de espera do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia. O município pretende complementar o repasse do SUS para cirurgias eletivas. A intenção é tentar diminuir o acúmulo de demanda do último ano.
As cirurgias serão realizadas nos hospitais Santo Antônio e na Santa Casa de misericórdia de Araguari. Quem está à espera de uma cirurgia programada e tem o pedido médico pode procurar a Secretaria de Saúde para encaminhar o processo. O endereço é Rua Coronel Lindolfo França, nº 310, Centro.
Fonte: Megaminas
Pitaco do Blog
Não é normal aceitar que pessoas esperem por cinco anos na fila de cirurgias simples. É óbvio que essa conclusão não se aplica aos governos. Para eles, é corriqueira a falta de planejamento e de ações tendentes a minmizar os problemas da população.
Por exemplo, o novo modelo de administração, incompetente também no setor da saúde, não vê nada de errado nessa demora. Por isso, fará o impossível para tirar proveito da realização dessas cirurgias. Afinal, acredita que remediar a situação de algumas pessoas é o melhor dos mundos.
Contudo, por trás desse jogo de cena, o que se vê, além da má prestação de um serviço público essencial, é o governo jogando mais recursos públicos nas mãos dos empresários do setor de saúde, estes sim os verdadeiros detentores do poder em Araguari.
Convenhamos, ainda que fossem santos, esses gastos não são suficientes para realizar a vontade constitucional que almeja um atendimento universal na área de saúde.
Nesse contexto, ressuscitam-se velhas perguntas que nos rondam feito fantasmas. Por que tanta demora na realização de cirurgias aparentemente simples? Se isso ocorre com cirurgias corriqueiras, o que o cidadão-contribuinte pode esperar quando necessitar de tratamentos de alta complexidade? Quando irá entrar em funcionamento o "Hospital Municipal", que, bem gerido, poderia realizar esses procedimentos com mais freqüência? Quais os critérios na escolha dos prestadores de serviços de saúde?
Como se vê, ainda não há motivos para comemorações. A nossa indignação permanece a mesma.
Rádio Viola - Araguari-MG - 100% caipira!
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2 comentários:
Marcos, as carências e os problemas na saúde são reais. E precisam, sim de solução.
Os mutirões de cirurgias são programados pelo Ministério da Saúde, de cujo orçamento e vontade política dependem.
Em 2006 elaboramos um projeto para execução de inúmeras cirurgias; depois de muita demora, e com duas visitas minhas ao ministério, enfim foi expedida a Portaria Ministerial liberando os recursos da ordem de aproximadamente R$ 130 mil. Sem serviços públicos instalados, o jeito, como sempre, foi contratar a rede privada. E não deu para atender toda a demanda reprimida.
Muito bom que novamente a cidade tenha sido contemplada com idêntico volume de recursos.
O que é inaceitável (tanto antes como agora) é fazer festa e tirar proveito político-eleitoreiro da desgraça alheia. Nem o governo anterior, nem o atual, fizeram qualquer favor ou concederam benesses aos pacientes. Apenas cumpriram, ainda que precariamente, sua obrigação constitucional.
Os casos remanescentes de cirurgias decorrem do excesso de demanda e da escassez de recursos (financeiros, humanos e políticos) para fazer a fila caminhar mais rápido.
A saúde pública demanda uma tarefa hercúlea. Então, que haja menos discurso e mais ação. E que o SUS consiga trabalhar imune às picuinhas políticas.
O assunto Saúde é tão delicado que todo o orçamento anual do SUS deveria ser distribuído às mães proporcionalmente ao número de filhos e elas "se vira nos 365".
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