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sábado, 15 de novembro de 2025

ONG presidida por aposentada recebeu R$ 34,5 milhões em emendas e virou alvo da CGU e da PF



Alice Maria Neves, aposentada de 72 anos, é a única responsável pela ONG INATOS. (foto: Veja)
A ONG Instituto Nacional de Assistência, Trabalho, Oportunidade e Saúde (INATOS) entrou no radar dos órgãos de controle após receber R$ 34,5 milhões em emendas parlamentares federais entre 2020 e 2024. A entidade está registrada em nome de Alice Maria Neves, aposentada de 72 anos, moradora do Rio de Janeiro, conforme revelou reportagem da Revista Veja. O caso passou a integrar um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), que foi encaminhado à Polícia Federal por determinação do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal.



A aposentada vive nesta casa simples na Zona Norte do Rio (foto: Veja).

Segundo a Veja, os principais indícios de irregularidades estão concentrados no projeto “Conexão Norte”, orçado em R$ 19,2 milhões, que previa a implantação de 81 núcleos esportivos em dez municípios do Amapá. Auditores da CGU concluíram que o INATOS não comprovou capacidade estrutural para executar um projeto dessa dimensão fora do Rio de Janeiro. As sedes informadas pela ONG teriam apenas estrutura administrativa básica, sem condições de dar suporte às ações previstas no estado amazônico.

A reportagem da Veja foi até o endereço da presidente da entidade, no bairro Vila Isabel, na Zona Norte do Rio. No local, constatou-se que Alice Maria Neves vive em uma casa simples e, segundo vizinhos ouvidos pela revista, está aposentada há muitos anos. Ainda de acordo com a apuração, ela nunca contribuiu para o INSS, apesar de constar como única responsável pela ONG que hoje figura no centro das suspeitas envolvendo a execução de emendas parlamentares milionárias.

Além do projeto no Amapá, a Veja aponta que o INATOS firmou outros convênios financiados por emendas dos deputados federais Carlos Jordy (PL-RJ) e Juninho do Pneu (União-RJ), também sem comprovação clara da execução efetiva das ações. A CGU ainda identificou indícios de vínculos da entidade com outras ONGs sob investigação, incluindo conexões por meio de um advogado e de uma servidora que atuariam em diferentes organizações beneficiadas por recursos públicos.

Em nota, o INATOS negou a existência de irregularidades e afirmou que parte dos projetos ainda não teve recursos liberados ou estaria em fase de estruturação. A entidade, no entanto, não respondeu aos questionamentos específicos sobre o convênio de R$ 19 milhões no Amapá, nem sobre as suspeitas relacionadas à atuação de sua presidente.


Fonte: Revista Veja.

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