
Foto extraída do site do MP/GO
Do outro lado do Paranaíba, os procedimentos da Tarja Preta seguem rápidos. Foram apreendidos documentos e equipamentos utilizados na prática do supostos crimes. Prefeitos se afastaram ou foram afastados judicialmente de seus cargos para não atrapalhar as investigações. Contratos foram suspensos. Contas bancárias, bloqueadas. Agora, o oferecimento da denúncia ao Poder Judiciário.
Do lado de Minas, os processos engatinham. Lentos. Salvo alguma operação sigilosa desconhecida de todos nós, objetos e equipamentos ligados a possíveis crimes não foram apreendidos. Nenhum contrato, nem aqueles celebrados sob condições suspeitas foram suspensos. Uma sindicância foi aberta, mas por uma das pessoas citadas nas gravações. Um procedimento administrativo instaurado pelo MP. Apenas algumas pessoas mencionadas nas gravações foram exoneradas ou afastadas de seus cargos. Muito pouco. Um começo muito tímido. 
Os cidadãos têm motivos de sobra para ficarem preocupados com essa defasagem nas investigações. Não é possível que pessoas investigadas por pertencerem a uma organização criminosa em Goiás tornem-se, ao atravessarem a fronteira, cidadãos acima de qualquer suspeita, mesmo usando ou tentando usar do mesmo modus operandi adotado no vizinho estado. 
O tratamento a ser dado aos fatos não deveria se resumir a meras sindicâncias ou procedimentos administrativos. Estamos falando de indícios fortes de crime. Da atuação de organização criminosa, com tentáculos em dezenas de prefeituras de três estados. O rigor e a urgência são necessários. Caso contrário, as provas desaparecem e o cheiro de pizza toma conta do ambiente. Araguari precisa ser passada a limpo.



