
Foto extraída do site do Ministério Público do Estado de Goiás (www.mp.go.gov.br)
Alguns cuidados têm que ser tomados por quem está acompanhando os desdobramentos da Operação Tarja Preta. Vou tentar resumir alguns pontos que, dependendo da fonte, estão causando dúvidas:
1) nem tudo que consta das transcrições é verdade. Nota-se que havia uma verdadeira guerra entre "representantes" de empresas para conseguir vendas nas cidades. Várias contradições são encontradas nas conversas. Além disso, é óbvio, ainda se seguirá um demorado processo até o desfecho do caso;
2) a operação começou no Estado de Goiás. A possível participação de agentes públicos de Araguari foi encontrada por acaso. Logo, como o MP-GO não pode investigar os fatos ocorridos em Araguari, as investigações estão em diferentes estágios. Após o encerramento dessa apuração inicial, o MP-GO deverá encaminhar ao MP-MG os resultados dos trabalhos;
3) se houver indícios de desvios de recursos federais, o que é provável no caso de gastos com saúde pública, o Ministério Público Federal poderá atuar no caso;
4) tem-se afirmado que a suposta quadrilha atuava em fraudes na compra de medicamentos. É verdade. Mas, a atuação ia além. Nas conversas telefônicas, vê-se que possíveis fraudes estavam sendo planejadas ou executadas em licitações para serviços de coleta de lixo, varrição de ruas, obras, aluguéis de veículos, etc.;
5) ao contrário do que parte da imprensa local tenta passar à população, a participação de integrantes da cidade de Araguari , mesmo não estando na cúpula da organização, pode ter sido relevante. Um dos empresários citados tem empresa no município. Um outro afirmou que havia instalado uma distribuidora de medicamentos na cidade. O advogado se instalou dentro do Departamento de Licitações com autorização da Prefeitura. O simples fato de o nome da cidade ter sido citado 119 vezes nas transcrições de conversas telefônicas já indica essa relevância.
Por hoje é só!