Caros leitores, trago um belo artigo publicado hoje no Gazeta do Triângulo, falando sobre a nossa Araguari:
Araguari está mais bonita
Anderson Rosa Vaz*
Em sua opinião, Araguari é uma cidade feia ou bonita? Já experimentou observar sua cidade com atenção e tentar responder se o que você vê é agradável ou desperta sensação de lugar esquecido e abandonado? Em qualquer pesquisa popular, os assuntos tidos como mais importantes são recorrentes: segurança pública, saúde, educação e emprego. O cidadão, contudo, tem dificuldade de perceber que esses assuntos dependem de um fator essencial, sem o qual nada se faz: meio ambiente. Os direitos sociais, essenciais à vida digna – saúde, educação, moradia, alimentação, cultura etc. – somente se concretizam se há um espaço apropriado para sua efetivação progressiva e contínua. O ambiente no qual se faz a vida humana é complexo. Envolve aspectos naturais (fauna, flora, recursos natos), artificiais (espaço urbano edificado), culturais (bens materiais e imateriais que emprestam identidade a um povo), ambiente de trabalho e até mesmo patrimônio genético. Neste contexto todo, o aspecto estético de onde vivemos não pode ser ignorado.
Pois bem. Em minha opinião, Araguari sempre foi uma cidade muito feia. Suja, tem ruas estreitas, trânsito desorganizado, calçamentos de pedra em vias de acesso ao centro, péssimo sistema de transporte coletivo, passeios de terra e cacos de meio-fio que dificultam mobilidade e acessibilidade. É uma cidade que não valoriza áreas verdes e praças nem tampouco seu patrimônio cultural. Despreza totalmente seu potencial turístico e gastronômico. Araguari negligencia aspectos básicos com uma tolerância irritante. Por exemplo: o prédio da secretaria municipal de Saúde é um local inapropriado em todos os termos que se observa. A última vez que o vi, no final do ano passado, estava literalmente caindo aos pedaços. Um lixo. E a Rodoviária? É inacreditável, mas ela está abandonada. Como o ônibus que minha visita estava atrasou duas horas, me irritei contando os cachorros: dezessete! Parte dela está “cercada” com fitas plásticas, os banheiros são nojentos. Acreditem: é uma cidade com mais de cem mil habitantes e tem mato dentro da Rodoviária. Passei pela praça Getúlio Vargas: ela está praticamente destruída e, pelo que vi, não tinha ninguém trabalhando nela. O que significa aquilo? Falta a Araguari a cultura da reivindicação e do movimento social. Não há, ainda, ambiente universitário de articulação. E os políticos têm pouca ou nenhuma capacidade de articulação regional e por isso, dificilmente se elegerão para mandatos estaduais e federais.
Mas se é assim, o que justifica o título desse artigo? Esse texto, obviamente, é uma provocação. Mas visitei Araguari essa semana e, realmente ela está mais bonita. Percebi mudanças bem intencionadas no trânsito, pinturas de faixa e placas de sinalização. Observei que estão construindo meio-fio em vários pontos e as horrendas ruas de pedras foram cobertas com asfalto. Passei na porta do novo pronto socorro e é evidente o avanço em relação ao antigo. O Palácio dos Ferroviários está lindo, apesar de ter seu potencial sub-utilizado. Uma das principais tarefas da Prefeitura é deixar a cidade bonita, agradável, aconchegante. Há muito que fazer e abrir o diálogo crítico é o primeiro passo. Pelo que vi, as lideranças municipais aí estão no caminho certo. A beleza da cidade é fundamental.
* Mestre e Doutor em Direito. Professor da Universidade Federal de Uberlândia. Procurador do Município de Uberlândia
Em sua opinião, Araguari é uma cidade feia ou bonita? Já experimentou observar sua cidade com atenção e tentar responder se o que você vê é agradável ou desperta sensação de lugar esquecido e abandonado? Em qualquer pesquisa popular, os assuntos tidos como mais importantes são recorrentes: segurança pública, saúde, educação e emprego. O cidadão, contudo, tem dificuldade de perceber que esses assuntos dependem de um fator essencial, sem o qual nada se faz: meio ambiente. Os direitos sociais, essenciais à vida digna – saúde, educação, moradia, alimentação, cultura etc. – somente se concretizam se há um espaço apropriado para sua efetivação progressiva e contínua. O ambiente no qual se faz a vida humana é complexo. Envolve aspectos naturais (fauna, flora, recursos natos), artificiais (espaço urbano edificado), culturais (bens materiais e imateriais que emprestam identidade a um povo), ambiente de trabalho e até mesmo patrimônio genético. Neste contexto todo, o aspecto estético de onde vivemos não pode ser ignorado.
Pois bem. Em minha opinião, Araguari sempre foi uma cidade muito feia. Suja, tem ruas estreitas, trânsito desorganizado, calçamentos de pedra em vias de acesso ao centro, péssimo sistema de transporte coletivo, passeios de terra e cacos de meio-fio que dificultam mobilidade e acessibilidade. É uma cidade que não valoriza áreas verdes e praças nem tampouco seu patrimônio cultural. Despreza totalmente seu potencial turístico e gastronômico. Araguari negligencia aspectos básicos com uma tolerância irritante. Por exemplo: o prédio da secretaria municipal de Saúde é um local inapropriado em todos os termos que se observa. A última vez que o vi, no final do ano passado, estava literalmente caindo aos pedaços. Um lixo. E a Rodoviária? É inacreditável, mas ela está abandonada. Como o ônibus que minha visita estava atrasou duas horas, me irritei contando os cachorros: dezessete! Parte dela está “cercada” com fitas plásticas, os banheiros são nojentos. Acreditem: é uma cidade com mais de cem mil habitantes e tem mato dentro da Rodoviária. Passei pela praça Getúlio Vargas: ela está praticamente destruída e, pelo que vi, não tinha ninguém trabalhando nela. O que significa aquilo? Falta a Araguari a cultura da reivindicação e do movimento social. Não há, ainda, ambiente universitário de articulação. E os políticos têm pouca ou nenhuma capacidade de articulação regional e por isso, dificilmente se elegerão para mandatos estaduais e federais.
Mas se é assim, o que justifica o título desse artigo? Esse texto, obviamente, é uma provocação. Mas visitei Araguari essa semana e, realmente ela está mais bonita. Percebi mudanças bem intencionadas no trânsito, pinturas de faixa e placas de sinalização. Observei que estão construindo meio-fio em vários pontos e as horrendas ruas de pedras foram cobertas com asfalto. Passei na porta do novo pronto socorro e é evidente o avanço em relação ao antigo. O Palácio dos Ferroviários está lindo, apesar de ter seu potencial sub-utilizado. Uma das principais tarefas da Prefeitura é deixar a cidade bonita, agradável, aconchegante. Há muito que fazer e abrir o diálogo crítico é o primeiro passo. Pelo que vi, as lideranças municipais aí estão no caminho certo. A beleza da cidade é fundamental.
* Mestre e Doutor em Direito. Professor da Universidade Federal de Uberlândia. Procurador do Município de Uberlândia