Em entrevista à Rádio Vitoriosa, o advogado Dejair Flávio de Lima, recentemente exonerado do cargo de subprocurador-geral do município, fez importantes considerações sobre o atual governo. Apesar de ainda acreditar que o senhor Marcos Coelho está fazendo um excelente governo (particularmente, discordo), o causídico, ao abordar certas particularidades da gestão atual, confirmou o que todos nós já sabíamos: o prefeito está mal assessorado também no setor jurídico.
Em certo ponto da entrevista, chegou a afirmar que que o atual procurador-geral do município, Leonardo Henrique de Oliveira, é muito "verde" para ocupar o cargo. Asseverou, ainda, que, entre os motivos para a saída do governo, estavam justamente os desentendimentos entre ele e atual procurador-geral.
Registre-se não ser de nosso feitio questionar a atuação privada de advogados nem de qualquer outro profissional. Entretanto, os procuradores municipais, por serem agentes públicos, devem ter suas condutas submetidas ao controle da sociedade.
Partindo dessa premissa, posso dizer que as afirmações do ex-subprocurador, aliadas à observação de outros fatos, confirmam, no mínimo, a existência de falhas de assessoramento ao senhor prefeito. Somente a falta de preparo técnico ou, em alguns casos, a subserviência assessores a interesses nada republicanos poderiam justificar alguns erros cometidos pela gestão atual, com a participação de sua assessoria. Cito, por exemplo, as graves inconstitucionalidades estampadas no novo Código Tributário, no projeto de lei do plano de cargos e salários do funcionalismo público e na concessão de benefícios indevidos aos próprios procuradores.
Dessa forma, é possível afirmar que as condutas de alguns assessores vêm trazendo mais problemas do que soluções para o prefeito. Aumentam-lhe o desgaste perante a opinião pública. Afinal, erros de subalternos costumam respingar no chefe.
Agora, é incompreensível o fato de o prefeito não fazer nada para mudar esse quadro. Qual seria o motivo dessa omissão? Seria ele refém de alguém ou de algum grupo político responsável pela indicação e manutenção de assessores em cargos? Algumas dessas "falhas" de assessoramento seriam consentidas ou fomentadas pelo próprio prefeito?