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segunda-feira, 15 de março de 2010

Tancredo Neves

Hoje, só tem peso pesado! Ao lado da poesia do mestre Aristeu, trago o saboroso texto de Ronaldo Costa Couto, político, economista e historiador mineiro.
Só quem teve a honra de conviver com Tancredo Neves, "o melhor presidente que o Brasil não teve", poderia retratá-lo tão bem, como o fez Costa Couto no texto abaixo, publicado originalmente na Folha de São Paulo de hoje.

TENDÊNCIAS/DEBATES
Tancredo Neves
RONALDO COSTA COUTO



Mudou o Brasil. Liderou a reconquista pacífica da democracia, morreu por ela. Foi o melhor presidente que o Brasil não teve


1984 , campanha presidencial. Tancredo precisava desvencilhar-se de boataria sobre sua saúde, um veneno para a candidatura. Fazer exames e escancará-los? Nem pensar! Sentia-se bem, mas era cismado com câncer, que já levara dois de seus 11 irmãos. Resposta a jornalistas, em São Paulo: "Estou com uma saúde irritante".
No final de 1983, despachávamos no Palácio da Liberdade quando chegou a notícia de que Flávio Marcílio, presidente da Câmara dos Deputados, tinha a doença. Lamentou, abateu-se. Ficou de pé, apertou o abdômen com a mão direita, quase um hábito, e disse: "Esse "bichinho" pode estar dentro da gente sem sabermos". Não estava, saber-se-á depois.
Realizava-se na política. Aos 74 anos, acordava com o sol, ia até tarde da noite. Todos os dias. Era um sufoco acompanhar seu ritmo. Mas delicioso privilégio conviver, trabalhar e aprender com Tancredo. É uma de minhas raras admirações que o tempo não levou.
Estrategista, pensava grande, via longe. Não radicalizava, fugia de decisões emocionais, errava pouco. Sabia antecipar-se, sabia esperar. Confiava, desconfiando. Conhecia os homens, suas manhas e artimanhas.
Dizia-se apenas um servidor público. Íntegro, patriota, culto, bom orador, escrevia bem. Amava o direito, conhecia economia política. Hábil negociador e operador político. Pilha de simpatia, argúcia, astúcia. Do adversário Zezinho Bonifácio: "O Tancredo é um político capaz de tirar as meias sem tirar os sapatos".
Dominava os principais temas domésticos e internacionais. Lia os grandes jornais brasileiros e o francês "Le Monde". Gostava de rádio e televisão, inclusive de algumas novelas. Leitor fiel dos clássicos, entusiasta de música clássica.
Não esquecia seu pequeno mundo. Perto da morte, a alma sangrando, o corpo conectado a tubos e equipamentos indispensáveis, várias vezes rasgado, as entranhas feridas e devassadas, lembrou-se de que o padre Lopes, velho amigo, perdera a paróquia num distrito de São João del-Rei.
Chamou o neto Aécio: "Temos de ajudá-lo. Mande ver o que está acontecendo. Quero notícias". Não fumava, pouco bebia. Bom de garfo, adorava almoçar e jantar sem pressa, uma taça de vinho junto.
Nunca o vi gripado. Perguntei qual era o segredo. "Acordo cedo e tomo banho frio, de chuveiro. Aconselho, é só acostumar. Molhe primeiro os pulsos e entre." Tomava uma aspirina por dia.
Parecia não ter medo. Quase não se estressava, apesar da trabalheira, das pressões de governar, das maratonas de campanha, das manobras golpistas que enfrentou. Deitava e logo dormia.
Como conseguia? "Ah, meu filho, sempre faço a minha parte o melhor que posso. O resto é com Deus e Nele a gente pode confiar."
Divertido, sutilmente irônico, espirituoso. Um deputado autocandidato a secretário de Estado não parava de plantar notas. Tancredo, governador eleito, mudo. Mais notas, mais silêncio. Posse chegando, pede audiência: "Doutor Tancredo, o que que eu faço?
Tá todo mundo perguntando se vou ser secretário". Tancredo: "Diga que eu te convidei e você não aceitou". Comigo, no início da campanha presidencial, meio de agosto de 1984: "Agora é construir alianças e conseguir os votos, um olho no PDS e outro no PFA". "PFA, doutor Tancredo?!" "Sim, Partido das Forças Armadas."
Oito semanas depois da mágica vitória, a hospitalização em Brasília. O desastroso, tumultuado e espetacularizado tratamento, o sofrimento medonho. Trinta e oito dias de martírio do corpo e do espírito. A absurdamente concorrida cirurgia da noite de 14 para 15 de março de 1985, finalizada a menos de nove horas da investidura do vice José Sarney, que presidirá a consolidação da democracia.
A falsa notícia de Diverticulite de Meckel e a previsão de alta e posse para a semana seguinte. A infecção, a dor implacável. A segunda cirurgia e a nova ilusão de melhoria. Até pose para fotos. A brutal hemorragia interna, a transferência às pressas para São Paulo. "Eu não merecia isso", diz a Aécio.
Mais cinco cirurgias, a septicemia e o fim da agonia em 21 de abril de 1985. Sua morte fez o Brasil chorar e pôs nas ruas a maior multidão que São Paulo já havia visto. Espanto no Brasil inteiro, frustração colossal, muitas sombras e suspeitas.
Mudou o Brasil. Liderou a reconquista pacífica da democracia, morreu por ela. Fez e faz muita falta. Sim, Tancredo Neves foi o melhor presidente que o Brasil não teve. Uma de minhas lembranças dessa rasteira da história é um desenho de Millôr Fernandes. O Brasil como enorme floresta e, estendida no chão, uma árvore gigantesca, a mais alta de todas: Tancredo.

RONALDO COSTA COUTO, escritor, doutor em história pela Sorbonne, foi amigo e assessor de Tancredo Neves, ministro do Interior e ministro-chefe da Casa Civil (governo Sarney). É autor, entre outras obras, de "Tancredo Vivo" e "História Indiscreta da Ditadura e da Abertura". 

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1503201008.htm

Credo do Verão Passado


O pseudônimo do autor é Corinthians, mas não tenho dúvida de que, na verdade, ele é flamenguista.
Sobre a qualidade da poesia, não é preciso dizer nada. Basta senti-la.
Do autor não posso dizer o nome. Apenas posso afirmar que o roubei provisoriamente do Portal de Araguari. E agora, Alô Ísio? Ares teus ou Ares meus?

CREDO DO VERÃO PASSADO
Autor: Corinthians

Numa viagem elipsoidal
Dispúnhamos de quatro estações,
Mas nosso comportamento bestial
Trouxe-nos duras transformações

Virou bagunça o espaço,
O Sol acerta-nos em cheio,
As fortes chuvas de março
É inferno de veraneio!

A Terra, às águas blindada,
Inunda mais que permeia
E pessoas desgovernadas
Vão enfrentar outras cheias.

Amazonas vira rego,
Pede arrego Itaqui,
Não demora há emprego
No deserto de esquis.

Só se faz com protetor
Uma relativa nudez.
O Santo ou o bloqueador
Só não filtra a estupidez.

O grande amor de verão
Pode ser com o Doutor...
Piores verões virão
E haja câncer e tumor!

Esta visão pessimista
É de um mero escritor.
Concorda assim o Cientista
E que não o Criador! 

Eleições no Bairro Vieno



Domingo, dia 08/03, os moradores do Bairro Vieno foram às urnas para eleger o novo Presidente da Associação daquele Bairro. Sagrou-se vencedor o senhor Euclides Batista Oliveira, que teve 218 votos contra 21, destinados ao senhor João Faria Filho.
Desejamos boa sorte ao novo Presidente. A tarefa do eleito não será fácil, sobretudo em razão da má vontade e omissão dos sucessivos governantes com os moradores daquele Bairro. Na verdade, o Poder Público tem, hoje, uma imensa dívida com o povo do Vieno.
Acreditamos no trabalho do senhor Euclides e, desde já, nos colocamos à sua disposição para ajudá-lo no que estiver ao nosso alcance.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Matutando...

Dúvida I
Quanto será que a Câmara gasta para fazer publicidade das sessões em diversas emissoras de rádio e jornais? Aposto que a quantia é alta. Infelizmente, por falta de transparência da Casa das Leis, jamais saberemos o valor desses gastos....

Dúvida II
Por que, em vez de gastar dinheiro público para informar que os vereadores adoram mudar nome de ruas, os senhores edis não publicam as prestações de contas da Casa, os atos de nomeação e exoneração de funcionários, os gastos com verbas de gabinete... Mas isso não poooooooooooooode!!!

Solo fértil
O solo araguarino é muito fértil.Em se plantando, tudo dá. Por isso, os rótulos de Capital do Café, Capital do Maracujá e Capital do Tomate. Se depender do modo de agir de certos vereadores, ganharemos, também, o título de Capital do Laranja.


Quanto custa uma consciência?
Recebemos informações de que um certo pré-candidato a Deputado Estadual enviou mensageiro para conversar com os Presidentes das Associações de Bairros. A finalidade? Comprar o apoio deles durante a campanha eleitoral. A moeda de troca? Com certeza, não foi a realização de melhorias nos bairros. Só resta saber se o dinheiro foi no bolso ou em outras partes menos nobres do vestuário....

Agora é oficial
O Pronto Socorro Municipal (PSM) está sobrecarregado. Isso mesmo! O jornal oficial do governo (leia-se: Correio de Araguari) acaba de inventar a roda. Na edição de ontem, descobriu que o PSM não tem mais condições de atender à demanda da população. Agora, ficou mais fácil. Só falta arrumar a solução... Mas, para isso, é preciso trabalhar e parar de gastar mal o dinheiro público, como se gasta, por exemplo, com publicidade e propaganda em certos jornais da cidade...

quarta-feira, 10 de março de 2010

Candidato 17 ou 171?


Ainda não começou oficialmente a campanha eleitoral, mas em Araguari um candidato porcão já se encarregou de sujar a cidade.
Contando com a omissão de uma Justiça Eleitoral frouxa, o candidato 17 (melhor seria, 171) resolveu fazer campanha fora de época.
Se todos sabem que o Partido 17 (PSL) já tem, em Araguari, um pré-candidato a deputado estadual, por que ninguém faz nada?

Big Brother Brasília

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