Rádio Viola - Araguari-MG - 100% caipira!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A descoberta do óbvio

O vereador Raulzinho inventou a roda. Exaltado, na tribuna da Câmara, o edil, que também é um dos proprietários da Rádio Planalto, tornou pública a sua grande descoberta: o jornal Correio de Araguari é tendencioso! Are baba!!!
O motivo da ira do nobre edil é singelo. O periódico, criado apenas para elogiar os feitos e intenções do governo, informou que a paternidade pelo recebimento de recursos para reforma do prédio da antiga Cia Prada não era do vereador, mas sim do senhor Jubão, que formalmente ocupa o cargo de vice-prefeito da cidade.
Por outro lado, o periódico, na sua edição de quinta-feira, respondeu imediatamente às críticas desferidas pelo vereador. Um dos que se encarregaram dessa missão foi o jornalista, radialista e comissionado da Prefeitura Limírio Martins Parreira, que assina a coluna Salada Mista naquele jornal. Nada mais natural que um servidor da Prefeitura - pago com os nossos tributos, portanto - fizesse a defesa dos seus chefes e do jornal no espaço adequado (segundo o vereador Raul Belém, o jornal funciona graças aos recursos recebidos do município).
Do episódio, extraímos algumas conclusões.
Primeiro, a maioria dos nossos órgãos de imprensa não é, minimamente, imparcial. Como falado anteriormente neste blog, de um lado, temos o referido jornal defendendo ferreamente o governo e, de outro, os jornais Contudo e Acontece fazendo as vezes de oposição, por vezes cega e inconseqüente.
Segundo, no episódio, tivemos o sujo falando do mal lavado. É que, a exemplo do que acontece com o Correio de Araguari, também a Rádio Planalto, que é de propriedade da família do vereador, vem sendo utilizada para fins políticos, ou seja, para divulgação das qualidades e feitos do edil.
Terceiro, o ilustre vereador perdeu ótima oportunidade de dar mais transparência à gestão pública. Isso porque, apesar de afirmar que recursos públicos são canalizados para o referido jornal, ele não deu nome aos bois, ou melhor, não disse quem paga e o quanto é pago ao Correio de Araguari. Ainda está em tempo, nobre edil...
Quarto, a função de informar está sendo perigosamente deturpada na cidade, misturando-se o interesse público com o interesse meramente particular ou de grupos políticos. Comprovam isso o fato de alguns jornais e emissoras de rádio pertencerem a grupos políticos ou serem dirigidas por vereadores, bem como a circunstância de boa parte dos profissionais de imprensa ter sido "empregada" (comissionados, obviamente) pelos Poderes Executivo e Legislativo.
Outras conclusões poderiam ser arroladas, mas não quero abusar mais da paciência dos que se atreveram a ler esta postagem até aqui.
Por fim, uma constatação-síntese: quem perde somos nós. Afinal, estamos fomentando a criação e funcionamento de veículos de imprensa que servem, paradoxalmente, para nos desinformar.

Qual o limite de tolerância da nossa sociedade?

Na Câmara Federal, caminha a toque de caixa a denominada PEC dos Vereadores, que irá criar 7.000 cargos de vereador no país. Pelo andar da carruagem, é muito provável que, em breve, teremos mais esse aumento desnecessário no gasto dos recursos públicos.
A questão é saber até quando nós, enquanto integrantes da sociedade, iremos assistir a essas cenas sem reagir. A impressão que se tem é que nada nos fará mudar esse comportamento. Assim, os nossos políticos permanecem com a sensação de que poderão continuar, tranquilamente, cuspindo na nossa cara, passando a mão nos nossos traseiros e enfiando a mão (calma!) nos nossos bolsos.
O caso do aumento do número de vereadores é emblemático. Ao que tudo indica irá prevalecer o interesse de uma minoria em detrimento da vontade tímida da grande maioria da população. Ao final, somente terão motivos para comemorar os suplentes de vereadores, os seus apadrinhados, suas amantes e parentes. Nós, integrantes da patuléia, só seremos convidados a pagar a indigesta conta desse banquete.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

PEC dos Vereadores

Tá ruim, mas pode piorar...

A comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou a denominada proposta de emenda constitucional dos Vereadores. O texto aumenta em cerca de 7 mil a quantidade de vereadores no país. A PEC ainda precisa ser votada pelo plenário da Câmara em 2 turnos.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Concurso público... do outro lado do rio Paranaíba



Você tem padrinho na atual Administração? É parente de algum político? Foi cabo eleitoral de algum candidato na eleição passada? Se a sua resposta às três perguntas for negativa, você dificilmente conseguirá trabalhar no serviço público em Araguari.

Para a sua sorte, bem pertinho daqui, uma cidade em franco desenvolvimento estará realizando concurso público para o preenchimento de 104 vagas. É isto mesmo! Do outro lado do Paranaíba, em Catalão-GO, estão sendo oferecidas vagas para médicos, odontólogos, fiscal de obras, agente de fiscalização ambiental, fiscal de vigilância sanitária, técnico em laboratório e técnico em enfermagem. Além da consciência tranquila por não terem entrado no serviço público pela porta dos fundos, os aprovados receberão salários que vão de R$ 1.096,92 a 2.214,17, conforme o grau de escolaridade.

Para quem quiser dar adeus (ou uma "banana") aos políticos que trocam cargos por votos, o edital está disponível em: http://concursos.correioweb.com.br/documentos/20090821175626950.pdf

Boa sorte!

Processo seletivo ou mais uma contratação de peixes?!


Conforme publicado no Jornal Gazeta do Triângulo e no site da Prefeitura Municipal (http://www.araguari.mg.gov.br/img/informativo/005-2009.pdf), o Poder Executivo irá realizar processo seletivo simplificado para a contratação temporária de profissionais (médicos, auxiliares de saúde e agentes comunitários de saúde) para trabalhar na Secretaria de Saúde do Município.
Como virou moda na cidade onde os administradores públicos costumam flertar com a ilegalidade e a imoralidade, podemos estar diante de mais um processo seletivo para inglês ver.
Primeiro, porque não está caracterizado o excepcional interesse público para se optar pela contratação temporária em detrimento da contratação "definitiva". Houve, isto sim, falta de planejamento, na medida em que esses empregos não são temporários. Ou será que o serviço público de saúde não deve ser prestado de forma contínua? Afirmar que essa necessidade é temporária equivale a dizer que é perfeitamente possível fechar todos os postos de saúde da cidade. Alguém concordaria com esse retrocesso?
Segundo, o processo é constituído de três fases: prova escrita, análise dos currículos e entrevista. Pois bem, as duas últimas fases não estão suficientemente descritas no edital. Não se sabe se serão classificatórias (alterando a posição dos candidatos, mas não reprovando ninguém) ou se serão, também, eliminatórias (reprovando candidatos). De uma forma ou de outra, esse tipo de cláusula editalícia permite toda sorte de subjetivismos. Seria essa a intenção do Poder Executivo?
Terceiro, reforçando a possibilidade fraude na classificação, tem-se que as notas dos aprovados na prova escrita serão "publicadas" apenas no Mural da Prefeitura e na Sede da Secretaria Municipal de Saúde. Ora, isso não atende ao princípio da publicidade e da transparência. Todos os candidatos, aprovados ou não, possuem direito a saber as suas notas. Mais que isso, a população tem o direito de saber quem foi aprovado em todas as fases do concursos e se houve (e por que houve) mudança na classificação após a realização de cada etapa do certame. Não entendo por que a Prefeitura tem tanto medo de publicar seus atos?
Quarto, o edital contraria flagrantemente a Constituição da República, uma vez que não destina um percentual de vagas para portadores de deficiência física. Nesse ponto, cabe indagar onde estará o Ministério Público? Não sei onde está, mas irá receber, via correios e com aviso de recebimento, uma cópia desta postagem.
Quinto, causa estranheza a fixação de prazos curtíssimos entre o término do período de inscrições e a data de realização das provas. Vários estados vem publicando normas fixando prazos razoáveis para a inscrição e entre o término desta e a data de realização do certame.
Sexto, embora previsto em lei federal, a exigência de que os candidatos ao emprego de agente comunitário de saúde residam no mesmo bairro onde irão trabalhar é totalmente inconstitucional. Não é razoável alijar de um certame público pessoas em razão de residirem em bairro diverso daquele onde irão trabalhar. Se essa exigência já não se justificaria em cidades onde os bairros sejam distantes uns dos outros, com muito maior razão é descabida em Araguari, onde, muitas vezes, os bairros são divididos por uma rua.
Em rápidas pinceladas e sem nenhum aprofundamento técnico, são essas as considerações sobre esse simulacro de concurso público. Serve também como um lamento pelo que vem ocorrendo em Araguari, onde os administradores públicos não possuem o devido apreço pelo concurso público, preferindo optar pela contratação de comissionados ou de empregados temporários mediante processos seletivos, no mínimo, estranhos. É por essas e outras que quem não tem padrinho acaba tendo que "pegar" a rodovia em busca de trabalho e de dias melhores. Lamentável!!!

Olha o Lula indo!


Fonte: www.sponholz.arq.br

Curtas

Quanto pior, melhor

A saúde pública em Araguari continua pela hora da morte. Uma senhora continua aguardando o resultado de uma mamografia realizada no mês de março. Sem comentários!

Tudo na vida passa, menos o coletivo em Araguari

A qualidade do transporte público em Araguari continua ruim. Itinerários mal elaborados e horários insuficientes continuam caracterizando a prestação desse importante serviço público. Quem ganha com a incompetência na gestão do setor são os proprietários do serviço de moto-táxi, que não é propriamente um transporte coletivo. Talvez seja o momento de repensar a questão, concedendo o serviço, exclusiva ou alternativamente, a transportadores autônomos ou cooperativas de transportadores. Um boa frota de vans e micro-ônibus supriria, de forma mais eficiente e confortável, a carência no setor de transporte coletivo da cidade.

A ver navios

Rompendo o compromisso, o Consórcio Capim Branco Energia (CCBE) batem em retirada. Uma vez mais, Uberlândia levou a melhor. A vergonha pela quebra da palavra dada é a causa da saída à sorrelfa. Como sempre, ficaremos apenas com os danos ambientais causados pela construção das usinas.

A ver navios II

No processo de interiorização da Justiça Federal, há a previsão da instalação de 230 varas federais pelo país afora. É fato que a proximidade de Uberlândia dificulta a vinda do benefício para Araguari. Contudo, convém lembrar que dificuldade não é sinônimo de impossibilidade. No caso, a inviabilidade da instalação da Justiça Federal em Araguari vem recebendo importante contribuição com a omissão do poder público e das entidades de classe da cidade, em especial da OAB, que não se mobilizaram perante o Conselho Nacional de Justiça e outras instâncias.

Aleluia, pero no mucho...

Finalmente, a Prefeitura resolveu realizar concurso público para preenchimento de vagas no serviço público de saúde. Apesar disso, há alguns pontos preocupantes no edital publicado no fim-de-semana pelo Jornal Gazeta do Triângulo. Ainda hoje, voltarei ao tema, mas, de plano, não consigo entender o porquê de a contratação ser temporária. O serviço de saúde não deveria ser contínuo? As carências de funcionários no setor não seriam permanentes?

Quase

Sarney quase caiu. Mercadante quase deixou a liderança do PT no Senado. Dilma quase se encontrou com Lina Vieira. O Flu quase ganhou uma partida no Brasileirão. Rubinho... bem, o Rubinho finalmente ganhou uma.

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